sexta-feira, outubro 05, 2007


***What Your Hands Say About You***


You are logical, analytical, and rational. You have good verbal skills.

Bold and daring, you're not afraid to change your life if you think it needs an overhaul.

Practical and down to earth, you're a doer not a dreamer. You rather get something done than think about it all day.

Your emotions tend to be well though out. You're willing to wait out a bad situation, and you're never too quick to act.


What Do Your Hands Say About You?
http://www.blogthings.com/whatdoyourhandssayaboutyouquiz/

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

[...] No entanto, foi graças a outro aspecto que este livro me conquistou. A criança que aqui nos conta a sua história era um dos eleitos de Deus. A partir do momento em que a sua consciência despertara, ele só vivia para Deus, alimentado pelo Talmude, possuindo a ambição de ser iniciado na Cabala, devotado ao Eterno. Será que anteriormente já alguma vez tinhamos pensado nesta consequência de um horror menos visivel, menos evidente do que outras abominações, mas que , no entanto, é a pior de todas, para nós que temos fé: a morte de Deus na alma daquela criança que descobre, de uma assentada,o mal absoluto?
Tentemos imaginar o que se passa dentro dela enquanto os seus olhos vêem dissipar-se no céu os anéis de fumo negro saidos do forno onde a sua pequena irmã e a sua mãe serão lançadadas, depois de milhares de outras pessoas: « Nunca mais esquecerei esta noite, a primeira noite no campo, que fez da minha vida um noite longa e sete vezes aferrolhada. Nunca mais esquecerei este fumo. Nunca mais esquecerei as pequeninas caras das crianças cujos corpos eu tinha visto transformarem-se em espirais sob um azul mudo.Nunca mais esquecerei estas chamas que consumiram para sempre a minha fé. Nunca mais esquecerei este silêncio nocturno que me privou,para a eternidade, do desejo de viver.Nunca mais esquecerei estes momentos que assassinaram o meu Deus e a minha alma, e os meus sonhos, que tomaram a aparência de um deserto. Nunca mais esquecerei isto, mesmo que tenha sido condenado a viver tanto tempo quanto o próprio Deus. Nunca mais.»
Compreendi então de que é que eu tinha gostado tanto desde o início no jovem israelita: daquele olhar de Lázaro ressuscitado e, no entanto, sempre prisioneiro das margens tenebrosas por onde vagueava, cambaleando por cima de cadáveres desonrados. Para ele, o grito de Nietzsche exprimia uma realidade quase física: Deus está morto, o Deus do amor, da doçura e do consolo, o deus de Abraão, de Isaac e de Jacob dissipou-se para sempre sob o olhar desta criança, no fumo do holocausto humano exigido pela Raça, o mais voraz de todos os ídolos. E em quantos judeus pios é que esta morte não terá também ocorrido? No dia horrível em que a criança assistiu ao enforcamento (sim!) de outra criança, que tinha, segundo ele nos diz, a face de um anjo desditoso, ela ouviu alguém atrás dela gemer: « Onde está Deus?Onde é que ele está? E dentro de mim um voz respondia-lhe : Onde é que Ele está? Ei-lo - está aqui pendurado nesta forca.»
No último dia do calendário judeu, a criança assiste à cerimónia solene do Rosh Hashaná. Ela ouve milhares de escravos gritarem a uma só voz: « Bendito seja o nome do Eterno!». Ainda não há muito tempo, também ela se tinha prostrado com tamanha adoração, tamanho receio, tamanho amor. Mas naquele dia,ela mantém-se direita, ela resiste. A criatura humilhada, e ofendida para lá do que é concebivel pelo espirito e pelo coração desafia a divindade cega e surda: « Hoje, eu já não implorava, já não era capaz de me lamentar.Sentia-me, pelo contrário, muito forte. Eu era o acusador.E o acusado era Deus. Os meus olhos estavam abertos e eu estava só, terrivelmente só no mundo, sem Deus, sem homem. Sem amor nem piedade. Nada mais era do que cinzas, mas sentia-me mais forte do que aquele Todo-Poderoso ao qual eu tinha unido a minha vida durante tanto tempo. No meio daquela assembleia religiosa, eu era um observador estrangeiro.»
E eu, que acredito que Deus é amor, que podia eu responder ao meu jovem interlocutor cujos olhos azuis ainda conservava, o reflexo daquela tristeza própria de um anjo, aparecida um dia na face da criança enforcada? Que lhe disse eu? Falhei-lhe eu daquele israelita, daquele irmão que talvez se assemelhasse a ele, daquele crucificado cuja cruz venceu o mundo? Ter-lhe-ei dito que aquilo que para ele foi um obstáculo para mim foi pedra angula e que a conformidade entre a cruz e o sofrimento dos homens, continua a ser, aos meus olhos, a chave deste mistério insondável no qual a sua fé de criança se perdeu? No entanto,Sião ressurgiu dos crematórios e dos ossários. A nação judaica ressuscitou por entre estes milhões de mortos. É por eles que ela está de novo viva. Nós não conhecemos o preço de uma unica gota de sangue, de uma unica lágrima. Tudo é graça. Se o Eterno é o Eterno, pertence-lhe a ele a ultima palavra em relação a cada um de nós. Eis o que eu poderia ter dito á criança judia. Mas só conseguia abraçá-lo ao mesmo tempo que chorava."
Elie Wiesel, Noite
So tenho uma coisa a dizer.. É este o Deus Todo-Poderoso, que morreu para nos SALVAR?
Entao aqueles todos que morreram, que foram mortos, nao faziam parte do grupo para ser salvo? Onde esta a misericordia, a piedade.. Por favor, foram crianças queimadas, torturadas.Porquê? Como é que isto aconteceu.
E como é que pode haver um numero tao grande de pessoas capaz de tamanha maldade?
Para alem de ainda nao conseguir compreender todas as mortes,nao consigo compreender a maldade dos SS. Por muitos livros que leia e muitos filmes que veja, nao consigo conceber que haja alguem capaz de se rir perante tais atrocidades.
Atormenta-me.
" Um dia consegui levantar-me, depois de ter reunido todas as minhas forças.Queria ver-me ao espelho que estava suspenso na parede da frente.Desde o gueto que nao me via a mim mesmo.
Do fundo do espelho, um cadáver contemplava-me.
O seu olhar no meus olhos nunca me abandona."
[...]" Estrada sem fim. Deixar-se empurrar pela multidão desordenada, deixar-se arrastar pelo destino cego. Quando os SS estavam cansados, eram rendidos. A nós, ninguém nos rendia. Com os membros transidos pelo frio, apesar da corrida, a garganta seca, esfomeados, esfalfados, nós continuávamos.
Éramos os donos da natureza, os donos do mundo. Tínhamos esquecido tudo, a morte, o cansaço, as necessidades fisiológicas. Mais fortes do que o frio e a fome, mais fortes do que os disparos e o desejo de morrer, condenados e vagabundos, simples números, nós éramos os únicos homens sobre a terra.
Por fim a estrela da manhã surgiu no ceú cinzento. Uma vaga claridade começava a apareçer no horizonte. Nós não podíamos mais, estávamos sem forças, sem ilusões." [...]

[...] "Ao voltar da distribuição do pão,encontrei o meu pai a chorar como uma criança:
- Meu filho, eles batem-me!
- Quem?
- Ele, o francês... e o polaco... Eles bateram-me...
Mais uma ferida no coração, um ódio suplementar. Uma razão a menos para viver.
- Eliezer... Eliezer... diz-lhes que não me batam... Eu não fiz nada.. Porque é que eles me batem?" [...]

quinta-feira, novembro 02, 2006

Eram três e meia quando cheguei a Molelos. O largo à volta da Igreja já estava cheio. De colegas teus da faculdade, de pessoas conhecidas, de amigos da secundária.
Toca o sino, anunciando a tua chegada. Á frente vê-se a primeiro a cruz, depois o padre e depois "chegas" finalmente tu.
Apesar de ali estar, continuo sem aceitar e sem acreditar. É como se estivesse num sitio distante, a olhar para mim, ali especada a ver chegar o caixão.
Entro para a igreja e sento-me num dos bancos da frente. A igreja começa a encher.
Não tens noção da quantidade de gente que te veio prestar uma última homenagem.
A igreja tá cheia, assim como todo o largo à volta dela.
A missa começa. Vejo a Filipa e vou ter com ela. Toda ela treme. Eu consigo aguentar.
É então que começa o padre a falar.
A dizer que te foste. Que embora seja dificil compreender, é assim a "Lei de Deus".
Quem gosta de cá andar vai-se, quem nao gosta fica.
Tretas! Nao consigo ouvir uma unica palavra sei que sinta uma raiva enorme.
Um dos teus professores do Piaget, aproxima-se para dizer umas palavras.
Fala da tua doçura, da tua calma.
A injustiça de ser tirada a vida a uma rapariga tão nova, com tantos sonhos.
Ele quer que demos continuidade aos teus sonhos. O teu maior sonho era casar e ter filhos.
Quer que cada um de nós se reveja em ti, e que acção nossa tenha um pouco de ti.
Eu não aguento.
Acaba a missa, depois de mais um quantidade incrivel de barbaridades, e de eternidade, e de refeições na mesa do Senhor.
Sai o caixão, e tudo segue em direcção ao cemitério.
Não consigo olhar para a Filipa, nem para ninguem. Continuo a caminhar, como se nem sequer mandasse no meu proprio corpo. Ele segue todos os outros quase por si próprio.
Chegámos ao cemiterio. Lançam pombas brancas e baixam o caixão.
Começam a deitar terra para cima.
Só aí é que me apercebo finalmente que não voltas.
Apercebo-me mas continuo sem perceber. Acho que nunca irei consegui-lo.
Já sinto a tua falta.

domingo, outubro 29, 2006

R.I.P Baby - 1985-2006

A morte é sempre fodida, mas normalmente quando ouvimos falar em pessoas que morreram, seja por que razao for, quer queiramos quer nao, passa-nos quase sempre ao lado.
A mim tambem acontecia o mesmo. " Morreu nao sei quem num acidente nao sei onde".
Epah, que chatice.. Olha é a vida.
Lidei contigo desde o setimo ao decimo ano. Foram quatro anos, diariamente a conviver contigo, a brincar...
Eras uma pessoa muito querida.. Com um feitio dificil, mas nos conseguiamos dar a volta e sabiamos como.
Eras brincalhona, muito sincera, doesse a quem doesse, e teimosa até mais nao.
Mas todas naquele grupo tinhamos cada uma a sua particularidade.
Nao posso dizer que a empatia foi logo a primeira vista, porque eramos crianças e nao nos demos logo. Mas chamou me a atençao o facto de tambem te chamares Carla e aproximei-me.
Foram anos bastante divertidos com voces.
Entretanto chumbei e separamo-nos. Cada um seguiu a sua vida e nunca mais ouvi falar de ti.
Até ontem.
" Olha sabes aquela tua colega a quem o pai morreu há tres anos?"
" Ya, a Carla."
" Olha teve um acidente, ta em coma.. partiu as pernas todas e entrou em coma no hospital."
Choque imediato. O "simples" facto de estares em coma ja era bastante mau. Estranho, quase como uma nao aceitação de que algo assim poderia acontecer a alguem proximo e conhecido. Alguem com quem eu lidara.
Mas a verdade é que aconteceu. Partiste as pernas, ficaste com uma rotula desfeita e pedaços dos ossos foram para o sangue. Tiveste uma embolia pulmonar e um derrame cerebral. Como se nao basta-se teres ido para debaixo de uma camiao e tares toda partida ainda faltava isto.
Para tentarem estabilizar-te induziram-te o coma. Quando tentaram acordar-te nao conseguiram. Nao acordaste.
Ainda assim havia esperança, operaram-te hoje durante a tarde e disseram que amanha ja poderias receber visitas.
22h30:
" Olha, a Carla morreu hoje à tarde."
Assim, de repente. Acabou.
Porra, tinhas 21 anos! Ninguem morre com 21 anos. Ninguem devia morrer com 21 anos.
A mesma sensação de estranheza, de não aceitação.
Eras um boa pessoa. Sei que toda a gente diz bem das pessoas quando elas morrem, mas é mesmo verdade. Eras uma optima pessoa.
Enquanto estou a escrever isto e a escrever que tu morreste, ainda me custa a acreditar.
As coisas nao deviam ser assim. O teu pai morreu há tres anos e agora tu. Precisamente da mesma maneira.
Gostei de te conhecer. Não serás esquecida.
Descansa em Paz, Baby.
R.I.P Carla
1985-2006

segunda-feira, setembro 04, 2006

Da Natureza - Parménides

[...]Vamos, vou dizer-te - e tu escuta e fixa o relato que ouviste -
quais os únicos caminhos de investigação que há para pensar:
um que é, que não é para não ser,
é caminho de confiança ( pois acompanha a verdade);
o outro que não é, que tem de não ser´,
esse te indico ser caminho em tudo ignoto,
pois não poderás conhecer o não ser, não é possivel,
nem mostrá-lo [...]

[...] Nota também como, o que está longe, pela mente se torna
[firmemente presente:
pois não separarás o ser da sua continuidade com o ser,
nem dispersando-o por toda a parte segundo a ordem do mundo, nem reunindo-o

É necessário que o ser, o dizer e o pensar sejam; pois podem ser,
enquanto o nada não é: nisto te indico que reflictas.
Desta primeira via de investigação te afasto,
e logo também daquela em que os mortais, que nada sabem,
vagueiam, com duas cabeças: pois a incapacidade
lhes guia no peito a mente errante; e são levados,
surdos ao mesmo tempo que cegos, aturdidos, multidão indecisa,
que acredita que o ser e o não ser são o mesmo
e o não mesmo, para quem é regressivo o caminho de todas as coisas.[...]

[...] Quando a mulher e o homem juntos misturam as sementes de Vénus,
a força que se forma nas veias a partir de sangues diversos,
mantendo o equilibrio, gera corpos bem formados.
Se, contudo, misturados os sémenes , as forças se opõem,
e não fazem unidade, misturados no corpo, cruéis,
atormentam o sexo da criança com o duplo sémen.
Assim, segundo a opinião, as coisas nasceram e agora são
e depois crescerão e hão-de ter fim.
A essas coisas os homens puseram um nome que a cada um distingue.[...]

quarta-feira, julho 26, 2006

De olhos bem abertos

Há dois meses que tem sido assim.. Nunca adormecer antes das 5h, 5h30..
O corpo mexe-se pela centésima vez, os olhos fazem um esforço para se manter fechados e a mente tenta esvaziar-se.
Espero mas... Nada! Continua tudo na mesma.. Continuo completamente desperta, como se tivesse acabado de acordar.
Quando finalmente adormeço, passo o tempo que me resta a acordar, por razão nenhuma em particular.
E depois, é sempre a mesma história. Acordo cansada, cheia de sono, como se nao tivesse dormido nada, e a refilar com toda a gente.
Enfio-me no sofá durante a tarde toda, a tentar nao adormecer ( para ter sono a noite) , janto, saio, e depois volto para casa e para cama...
E começa tudo outra vez...
O corpo a revirar-se na cama, os olhos a tentarem fechar-se e a mente em branco..
O sono nao vem e a cabeça começa a mostrar os primeiros sinais de cansaço desta luta interminável com o mundo dos sonhos...

segunda-feira, maio 22, 2006

The Blower´s Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I just can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most...most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new